Minha trajetória profissional começou lá na infância, nos momentos aconchegantes dentro da pequena pizzaria dos meus pais à, TUTTI PIZZA. A correria era muita, principalmente para os meus pais e minha irmã mais velha, Érica, já meu irmão, Hermon e eu, ficávamos com a diversão. Acredito que todos nós temos lembranças gastronômicas da infância, mas eu, não preciso sequer fechar os olhos para visualizar tudo. Consigo sentir até o cheiro da farinha que queimava ao grudar no forno de pedra.
Para mim meu pai é Chef de nascença, desde que eu me entendo por gente nunca o vi fora da cozinha. Lembro bem de quando ele trabalhava para uma grande empresa e me levava com ele para o refeitório. Os donos desta empresa eram muito atenciosos e simpáticos e adoravam pescaria. Como resultado, o freezer da nossa casa estava sempre recheado de peixes. Se eu fechar os olhos agora, verei meu pai fritando, assando ou cozinhando peixes para nós.
Comecei minha carreira em 1998. Aos 15 anos fazia freelancer no restaurante onde meu pai era Chef. Lá estava eu no PLONGER (palavra em francês que significa mergulho) apenas uma forma chique de dizer que eu lavava os pratos. Não existem deméritos quando se trata de cozinha. Do “tanque” pude ver a forma com a qual meu pai e meus tios chefiavam de forma solida e precisa.
Logo comecei a conhecer outras funções até que me vi no universo das sobremesas. Eu havia me tornado auxiliar de PATISSIERIE. Das sobremesas fui para o setor dos pratos quentes e a partir daí nunca quis voltar atrás. Vocês podem pensar que tive privilégios por ser filho do Chef, mas muito pelo contrário, eu sofria com toda a pressão e expectativas lançadas sobre mim.
O tempo passou e com ele a minha afinidade e paixão pela gastronomia só aumentaram. Fiz cursos complementares, trabalhei em bons restaurantes até que em 2012 fui para a faculdade de gastronomia. E quando pensei que eu não poderia amar nada além da gastronomia me apaixonado por uma cultura milenar, enraizada nos costumes mineiros e mundiais. Ela envolve técnica, tradição e lembranças. A Charcutaria.
Comecei a estudar cada vez mais sobre o assunto. Não esqueço do quão maravilhado fiquei ao fazer o meu primeiro bacon. Então paralelamente a minha carreia de Chef me dediquei aos salames, linguiças, defumados, inclusive, o meu primeiro pernil defumado foi feito em um defumador de tambor mas essa é uma outra história.
Sempre tive a Charcutaria de forma despretensiosa em minha vida afinal, chefiando o Buffet Experiência Rullus e depois assumindo também o Rullus Bistrô meu tempo não poderia ser dividido igualmente entre as duas atividades, ser Chef e Charcuteiro.
A Pandemia de 2020 mudou tudo quando todos foram forçados a parar suas atividades e mudar habitual de se trabalhar. O tempo que antes eu não dispunha, agora estava em minhas mãos. Juntando conhecimento, foco e prática, comecei a colher resultados maravilhosos e transformar a Charcutaria Viana em algo palpável. Hoje me considero um Chef e quase Charcuteiro, acredito que tenho um longo caminho a percorrer, mas viver este projeto me motiva, tenho a alegria em minhas mãos quando vejo os resultados dos meus produtos e cada vez mais esses resultados me dizem que estou no caminho certo.
Rafael Viana
Parabéns Rafael!
Me orgulho muito da pessoa "futuro promissor" que você construiu...com intensa seriedade e dedicação! Com certeza o céu é o limite...você é merecedor!